Finanças

Após ataque de hackers, Pix deve passar por uma transformação na segurança; entenda

Com a crescente do Pix no Brasil e o surgimento de novas modalidades, a popularização do sistema de transferências exigiu uma adequação na segurança.

Lançado oficialmente em novembro de 2020, o Pix é um sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil para facilitar transações financeiras de forma rápida, segura e gratuita. Desde sua implementação, a ferramenta revolucionou a forma como pessoas e empresas realizam pagamentos.

Com funcionamento 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana e feriados, o Pix caiu rapidamente no gosto popular por sua praticidade e economia. Além disso, impulsionou a inclusão financeira, principalmente entre os brasileiros que não tinham acesso pleno aos serviços bancários tradicionais.

Dessa maneira, o sistema se consolidou como um dos maiores avanços tecnológicos no setor financeiro nacional, com um número crescente de adesões e movimentações expressivas a cada ano. Por isso, é necessário dobrar a segurança da modalidade.

Se você usa Pix, veja o que muda no sistema de segurança.
Se você usa Pix, veja o que muda no sistema de segurança. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Pix é alvo constante de ataque de hackers

Apesar da consolidação do Pix no cenário econômico brasileiro, o sistema se tornou alvo recorrente de ataques cibernéticos, levantando preocupações sobre sua segurança estrutural. Recentemente, o episódio envolvendo a empresa C&M expôs fragilidades operacionais de alguns agentes do sistema.

Esse evento serviu como alerta para os riscos associados à grande diversidade de participantes, nem todos devidamente regulados. A situação evidenciou que, embora a inclusão tenha sido fundamental no início, muitos agentes não cumprem padrões mínimos de segurança digital.

Outro fator que aumentou a vulnerabilidade do sistema é o fato de nem todos os participantes do Pix serem instituições financeiras autorizadas. No início, a estratégia de “quanto mais, melhor” visava massificar a adesão e fomentar a competitividade.

Contudo, essa abertura permitiu a entrada de empresas sem supervisão direta do Banco Central, criando brechas para possíveis ataques. A ausência de mecanismos de controle eficazes em algumas dessas organizações comprometeu a robustez do sistema, tornando-o alvo fácil para hackers.

Por conta disso, os recentes ataques trouxeram à tona a necessidade urgente de revisar os critérios de participação no sistema Pix. O crescimento acelerado do número de usuários e transações, aliado à diversidade de operadores, exige uma estrutura de segurança mais sólida e coordenada.

A partir dessa constatação, o Banco Central reconheceu a necessidade de mudar a lógica de crescimento pelo controle e qualidade, estabelecendo barreiras regulatórias que impeçam a atuação de empresas despreparadas ou mal-intencionadas.

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Governo decide pesar a mão na segurança da ferramenta

Diante do cenário de risco crescente, o governo optou por intensificar a regulamentação e fiscalização do sistema Pix. As novas diretrizes já anunciadas apontam para uma maior rigidez nas exigências impostas às instituições que operam com o sistema de pagamentos instantâneos.

Entre essas medidas, destaca-se a obrigatoriedade de comprovação de capacidade financeira e o aumento do capital mínimo exigido para adesão. Essa movimentação demonstra uma mudança de postura clara do Estado, que agora prioriza estabilidade e segurança em detrimento da simples expansão.

Além disso, outra medida importante estabelecida pelo Banco Central é a exigência de autorização formal para novos participantes. A partir de 2025, apenas instituições previamente autorizadas pelo órgão poderão integrar o sistema Pix.

Já as organizações que já operam, mas que não possuem autorização, deverão buscar esse aval até o final de 2026. Essa mudança visa retirar do ecossistema os chamados “maus alunos”, ou seja, empresas que não atendem aos padrões técnicos, operacionais e regulatórios necessários.

Essa política mais rigorosa marca uma virada estratégica no modelo de operação do Pix. A lógica anterior, focada na inclusão acelerada, dá lugar a uma abordagem baseada em controle, qualidade e estabilidade. O governo acredita que o episódio da C&M deve servir como referência para aprimorar irregularidades.

A meta é criar um ambiente mais resiliente e preparado para ameaças tecnológicas, garantindo a integridade das transações e a confiança dos usuários. Nesse sentido, o reforço da supervisão e a exigência de qualificação dos operadores passam a ser instrumentos essenciais na nova fase do Pix.

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O que deve acontecer com usuários de Pix?

Mesmo com a implementação de novas regras e exigências para as instituições participantes, os usuários finais do Pix não devem ser prejudicados diretamente. Pelo contrário, as mudanças visam oferecer ainda mais segurança para quem utiliza o sistema no dia a dia.

Com a exclusão de empresas sem preparo técnico e com a obrigatoriedade de autorização do Banco Central, o sistema tende a se tornar mais confiável e blindado contra golpes. Portanto, o usuário terá à disposição um ambiente mais protegido, o que fortalece ainda mais a credibilidade do Pix.

Contudo, é possível que alguns serviços vinculados a instituições não autorizadas deixem de funcionar. Isso acontecerá com empresas que não conseguirem obter o aval do Banco Central até o fim do prazo estipulado.

Nesses casos, os consumidores poderão ser obrigados a migrar para plataformas mais seguras e reguladas. Por isso, o acompanhamento das atualizações divulgadas pelas instituições financeiras será essencial nos próximos meses.

Ao mesmo tempo, especialistas alertam que a segurança digital é uma responsabilidade compartilhada. Ou seja, cabe também aos usuários adotar práticas preventivas, como evitar clicar em links suspeitos, verificar a procedência de transferências e proteger os dados pessoais com senhas fortes e atualizadas.

O fortalecimento do Pix como ferramenta confiável depende tanto das medidas institucionais quanto da conscientização dos cidadãos. Dessa forma, o sistema poderá evoluir com solidez, resistindo aos desafios impostos por um ambiente digital cada vez mais complexo e desafiador.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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